Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígena

domingo, 20 de junho de 2010

Máscaras Africanas





"Em lugar de negar-lhes a história faríamos melhor se ouvíssemos as histórias que têm para contar. E quando o fizermos é possível que suas artes venham a ser, não as 'artes dos povos sem história’, mas sim as 'artes dos povos com outras histórias".
Sally Price


Máscaras Africanas

Por Rodrigo Aguiar
(Caminhos Ancestrais)

A função dos rituais nas sociedades
Os rituais são elementos fundamentais da cultura humana. Aparecem em absolutamente todas as sociedades da terra. Em algumas, seus integrantes, por vezes, não se dão conta de sua participação nos rituais (como a nossa sociedade ocidental). Em outras, todos os atos diários e cotidianos estão ligados aos aspectos religiosos e ritualísticos. Os rituais são caracterizados por um conjunto de procedimentos práticos cuja função é marcar determinado acontecimento ou materializar o sagrado. Podem estar também ligados à evocação de eventos mitológicos por meio de uma liturgia. Aos condutores dos ritos normalmente lhes são atribuídos poder e prestígio. Os mitos, constantemente rememorados pelos ritos, podem ser definidos como um corpo teórico que se expressa na forma de narrativas, por vezes carregadas de conceitos éticos e morais. Podem ser tanto a maneira como o grupo compreende sua origem na terra, bem como a explicação de eventos com base no sobrenatural. Neste contexto, os rituais de iniciação e de passagem poderiam ser definidos como a figuração simbólica de uma transformação de personalidade. Estes rituais têm por função materializar a passagem de um indivíduo para outro estado. Apresentam relação com a morte e ressurreição (de um novo indivíduo), tendo em vista que o iniciado, concluído o rito, assume uma nova identidade.

O uso das máscaras

A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações, como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos.

A máscara na África negra


Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças divinas. Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara durante o processo de manufatura. Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um enorme declínio nas últimas décadas. Entretanto, a manufatura e o emprego deste objetos continua sendo um aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos. Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito milenar. A máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos. Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim, sejam estas forças benéficas ou malignas. A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada. Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum. Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um espírito. A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao seu portador alguma espécie de poder. Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças invisíveis que atuam diretamente no controle social.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Novas Perspectivas para o ano de 2010

  • Curso de Especialização – segunda turma em andamento
  • Grupos de estudo - learn loop UNIPLAC
  • Criação de um Blog
  • Reedição do Projetos de Extensão: Arte e cultura africana e afrobrasileira em São Joaquim.
  • Dança: Manifestações da corporeidade negra
  • Capoeira Angola: ancestralidade e resistência
  • Criação de um Grupo de Trabalho na Universidade do Planalto Catarinense com vista a implantação e implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 para assessoria conforme Projeto entregue a Secretaria Municipal de Educação.
  • Linhas de atuação – Tornar “disciplina optativa” nos demais cursos de graduação a construção das relações étnico/ raciais no Brasil e suas implicações no imaginário social e coletivo da população;
  • Publicação de livros e materiais didáticos pedagógicos pertinentes a aplicabilidade das Leis.
  • Articulações com Universidades, Movimentos sociais/negro e os Consulados Africanos para futuras parcerias:
  • Destacam-se as parcerias interinstitucionais estabelecidas com a Universidade do Sul Catarinense - UNISUL e Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC/ Projetos UNIAFRO V, MEC/ UNISINOS.- Secretarias Municipais e Estaduais de Educação/ SDRs.
  • A efetivação do “Centro de Referência de Estudos Étnico-raciais Sebastião Ataíde” na Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC

domingo, 6 de junho de 2010

Neab- Uniplac, participa de atividades no Museu Thiago de Castro

O evento da Semana Nacional de Museus faz parte da agenda de eventos permanentes do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, e ocorre durante uma semana, sempre no mês de maio, em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, dia 18/05. NEAB-UNIPLAC participou das atividades com Oficina intitulada "PARA ALÉM DA MEMÓRIA HARMONIA SOCIAL" com contação de história, explicando para as crianças o que é memória com uma linda história Guilherme Augusto Araujo Fernandes - Fox, Mem, além da busca das memórias tendo as imagens como recurso, finalizando a oficina com a confecção das bonecas feitas de nós as Abayomis. No Brasil, designa bonecas de pano artesanais, muito simples, sua confção é feita a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura.Conta a história que essas bonecas eram feitas na travessia dos navios negreiros pelas mães que se encotravam na embarcação. Para amenizar o sofrimento das crianças as mães faziam abayomis com trapos de suas saias.
(A palavra abayomi tem origem iorubá, que significando aquele que traz, felicidade ou alegria)


Crianças com suas Aboyomis, feitas de retalhos de malha


Professora Odete relatando memórias

terça-feira, 1 de junho de 2010

NEAB-UNIPLAC

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros "Negro e Educação" vinculado à Universidade do Planalto Catarinense -UNIPLAC constituiu-se com o objetivo de construir referenciais teórico-metodológicos que possibilitem aos educadores a ampliação e o aprofundamento da história das relações interétnicas na sociedade brasileira e suas implicações na educação. Ciente desse objetivo desencadeou-se a pesquisa: Os negros e a educação: uma análise histórica da inserção dos afro-brasileiros, nas práticas educacionais na Região Serrana. Sendo assim, procurou-se saber quando, como e onde, em Lages, a população negra começou a ter acesso à educação escolar e de quais instituições foram às primeiras iniciativas. Para tanto se procurou investigar o acesso dos afro-brasileiros no processo educativo, na Região do Planalto Serrano, no período de 1920 a 1950. O contexto exposto fez com que o grupo sentisse a necessidade de obter informações mais precisas. Elaborando então o projeto Memórias Afro-lageanas que tem como objetivo resgatar através da metodologia da história oral a cultura e o cotidiano da população negra na Região Serrana, registrando as memórias e vivências ressaltando a trajetória histórica desse grupo étnico, suas peculiaridades riquezas e limites. O grupo de pesquisa mantém algumas articulações interinstitucionais com a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, Universidade Federal do Parana - UFPR através dos NEABs. Atualmente desenvolve a Pesquisa Memórias Afrolageanas:Religiosidade espaços/práticas de (re)construção da cultura e a História e Memória dos Povos Indígenas na Região Serrana Catarinense e os seguintes Projetos de Extensão universitária - "A formação de lideranças do movimento Negro, professores e gestores educacionais em educação étnico-racial"; "Capoeira Angola" e "Dança - manifestação de corporeidade" e "Arte e Cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena".